Alguns meses aí para trás eu li um livro muito interessante e inspirador chamado "How To do Nothing". de uma autora artista californiana chamada Jenny Odell.
Ela nos convida a refletir sobre como a economia da atenção molda nossas vidas e como podemos resistir a essa corrente para encontrar mais significado e equilíbrio. Em um mundo digitalizado, plataformas e anunciantes competem ferozmente pelo nosso tempo e atenção, transformando esses aspectos em mercadoria.
Resistir à economia da atenção não é simplesmente desconectar-se, mas encontrar maneiras de recuperar a nossa atenção de forma intencional. Essa chavinha da mudança de comportamento muda tudo.
Pense aqui comigo, em um mundo onde estamos constantemente bombardeados por notificações, publicidade e informações, é essencial perguntar: a quem estamos dando nossa atenção? E por quê? Odell argumenta que, ao entender isso, podemos começar a fazer escolhas mais conscientes sobre como e onde focar nossa atenção.
E isso não significa apenas deixar o celular de lado. É um movimento mais profundo de redirecionamento de energia para atividades que realmente nos nutrem e nos conectam com o mundo ao nosso redor.
Um dos pontos centrais do livro é a valorização do ócio. Odell resgata a ideia de que:
o ócio não é simplesmente não fazer nada, mas é um tempo necessário para a reflexão, para a criatividade e para a verdadeira conexão humana.
A semente da planta precisa de tempo para germinar e crescer. E nós também, precisamos desse tempo para renovar nossas energias e criatividade.
Outro tema genial no livro é a reconexão com o nosso entorno local. Odell defende que, ao prestar atenção nas coisas ao nosso redor – na natureza, nas pessoas, nas histórias locais – encontramos uma fonte rica de significado e pertencimento.
E veja só, logo em uma época em que muitas vezes estamos mais conectados com o que está acontecendo do outro lado do mundo do que com o nosso próprio bairro, acho essa ideia particularmente poderosa.
É sobre redescobrir o valor das coisas simples e cotidianas. Caminhar pelo bairro, conversar com os vizinhos, observar a natureza ao nosso redor. Esses são atos de resistência e reconexão que podem trazer uma sensação de equilíbrio e paz interior.
Se você gosta do assunto, "How to Do Nothing" ressoa com ideias de outros autores que também exploram a importância de desacelerar e encontrar equilíbrio, como "A Tirania do Mérito" de Michael Sandel e "O Caminho do Artista" de Julia Cameron. Todos eles, de maneiras diferentes, nos convidam a refletir sobre o valor do nosso tempo e atenção.
É uma jornada contínua e pessoal, mas ao fazermos isso, iniciamos um movimento silencioso, também podemos inspirar outras pessoas a fazerem o mesmo.